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Gastronomia alagoana: sabores e cores guardados a sete chaves.

  • Wagner Lima
  • 14 de mar. de 2017
  • 5 min de leitura

A culinária é a arte de cozinhar, ou seja, confeccionar alimentos, e foi evoluindo ao longo da história dos povos para tornar-se parte da cultura de cada um. Cada país e região tem a sua culinária própria que depende, não só da mistura de culturas, mas principalmente dos ingredientes disponíveis.

A gastronomia alagoana seduz o paladar dos visitantes, do litoral ao sertão, os pratos são de dar água na boca. São pratos feitos com diversos ingredientes e os mais nobres frutos do mar. Os restaurantes oferecem cardápio diversificado, com opções da culinária regional e internacional.

O serviço gastronômico é de qualidade, oferece cardápios com produtos do mar, dos rios e lagoas. O sururu, por exemplo, encontrado nas lagoas, é um molusco preparado à base do ingrediente da terra: leite de coco.

O coqueiro está presente em todo o Estado, ornamentando o litoral alagoano e proporcionando aos alagoanos e visitantes sombra e água fresca. A água-de-coco gelada é uma delícia. Do fruto do coco se extrai o leite para realçar o sabor dos pratos à base de frutos do mar e também para o fabrico de doces e cocadas, sobremesas deliciosas da culinária alagoana.

camarão, peixe, carapeba, siri, polvo e outros frutos do mar ou das lagoas fazem parte do cardápio tradicional alagoano.

Camarão, peixe carapeba, siri, polvo e outros frutos do mar ou das lagoas fazem parte do cardápio tradicional alagoano.

MACEIÓ

Além da culinária típica de Alagoas, existem outras opções gastronômicas para conquistar o paladar dos visitantes. Pratos da comida japonesa, peruana, portuguesa, italiana, francesa e chinesa, constam no cardápio dos restaurantes da cidade. A culinária também se destaca pela variedade dos pratos da comida regional, a exemplo de carne-de-sol com fava ou feijão verde, feijoada, galinha ao molho pardo, picanha grelhada ou na chapa, pernil, bisteca, frango assado e as nobres carnes de avestruz e de búfalo, uma atração à parte.

É um verdadeiro festival de comidas do mar, dos rios e das lagoas. Há peixes nobres das águas mornas, como a cavala “perna de moça”, sirigado, arabaiana e cioba. Os pitus e camarões de água doce e agora, a criação em cativeiro, com alta tecnologia, do camarão gigante da Malásia. As carapebas, camurins (robalo) e curimãs da lagoa Mundaú são de um sabor inigualável, o camarão barba roxa e suas deliciosas fritadas e até o camarão de cueca, ao comer deixa-se a metade da casca, e o cabeça de coco. Também das lagoas e manguezais, os guaiamuns com Pirão mexido, caranguejo uçá e suas deliciosas patinhas como tira-gosto. Agulha frita, Siri do Pilar, Casquinha de siri de coral, Siri capado, diz-se do serrado ao meio e ensopado com leite de coco; polvo, lagosta e ostra. Taioba e maçunim (vôngole), moluscos deliciosos, são apanhados com facilidade na coroa de areias. Para acompanhar as refeições, deliciosos sucos de laranja, acerola, mangaba, graviola, caju, goiaba, maracujá, pinha entre outros, e para sobremesa, doces de frutas tropicais.

Cavala frita: Dos Mares e lagoas de Alagoas, sabor incontestável.


QUEM NUNCA COMEU

Buchada de bode - preparo não é para principiantes

Trata-se de prato saboroso e trabalhoso, cujo preparo não é para principiantes. Requer habilidade e ciência de alguns detalhes, como o modo correto de costurar o estômago e o que fazer para eliminar qualquer cheiro desagradável que o bode possa transmitir às suas próprias entranhas.

A buchada de bode é servida ensopada numa panela de pedra. São dois “buchos” recheados com uma espécie de refogado de miúdos do bode, o que inclui principalmente bofe (ninguém fala “pulmão”), fígado, coração e língua. Costurados, são servidos ensopados com batata, cenoura e retalhos do caprino. O tempero principal é o coentro fresco.

Buchada de bode: Do sertão nordestino para o mundo.

Sarapatel de bode. Veja como preparar

Reportagem exibida na TV Ponta Verde SBT Canal 05 em 4 de setembro de 2015.

SURURÚ DE CAPOTE, SÓ TEM AQUI

O mais alagoano dos pratos é mesmo o sururu. Sua mais tradicional forma de preparo é o Sururu de capote, servido na casca. Lavado em muitas águas, é levado ao fogo, onde junta seu próprio caldo, rico em fosfato. Come-se com Pirão coberto. Há ainda o Sururu ensopado e a Fritada de Sururu. Prato de sucesso é a Caldeirada de frutos do mar: camarão, siri, sururu, lagosta, polvo, patinha de uçá, ostra e maçunim são ensopado juntos no leite de coco. A iguaria é acompanhada de Mingaupitinga, massa de mandioca no leite de coco.

Na comunidade de Bebedouro, em Maceió, às margens da Lagoa Mundaú, a maior da cidade, dona Silvia dos Santos nos ensina a fazer o Sururu de Coco, um dos pratos mais típicos da culinária alagoana.

CARRO CHEFE

Camarão Alagoano – Bar das Ostras, patrimônio histórico

A receita do ‘Camarão Alagoano – Bar das Ostras’ foi o primeiro bem registrado em Alagoas por meio da resolução do Conselho Estadual de Cultura de 09 de Abril de 2013. O pedido de registro foi encaminhado a Secretaria de Cultura em virtude das insubstituíveis lembranças que o sabor dessa receita deixou na memória daqueles que tiveram a oportunidade de prová-la no antigo Bar das Ostras, que teve sua primeira sede no bairro do Vergel do Lago ainda nos anos 50.

O Bar de propriedade de Dona Oscarlina e Seu Pedro (pecador da lagoa Mundaú e comerciante de peixes e crustáceos no bairro da Levada), mudou de endereço três vezes, tendo fechado as portas de sua última sede no bairro de Jatiúca em 2002. Ao longo desses anos a fama da receita se expandiu, o sabor conservou-se inalterado e a receita se manteve em segredo.

Seu Registro como Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas teve como objetivo, portanto, valorizar as referências culturais, os saberes, a história e a memória ligadas à tradição gastronômica do Estado, fortemente relacionada ao ecossistema das lagoas, as técnicas de manuseio e tratamento de pescados e crustáceos, bem como a produção artesanal de ingredientes, tais como a manteiga produzida nos municípios de Major Izidoro e Batalha, insubstituíveis no preparo desse particular jeito de se fazer camarão. O Registro apóia-se também nos relatos históricos que confirmam ser o Bar das Ostras uma referência gastronômica de Alagoas, tendo sido ponto de encontro da elite política e intelectual do Estado, durante o longo período que compreende os anos de 1950 a 2002.

Após registrada, a receita do ‘Camarão Alagoano – Bar das Ostras’ passa a ser alvo de ações de salvaguarda, que tenham por objetivo estimular sua divulgação, preparo e preservação das condições que tornam possível o acesso aos seus especiais ingredientes. Estas iniciativas visam ainda fortalecer o reconhecimento dessa receita como bem cultural imaterial de Alagoas: sabor a ser preparado e provado por todo alagoano!


A RECEITA

INGREDIENTES:

01 Kg de camarão vila franca

01 tomate

½ cebola

1/3 de pimentão verde

01 colher de vinagre Pimentão ou Tomatão

½ limão

02 colheres de azeite de oliva

600g de manteiga artesanal de Batalha ou Major Izidoro

1/3 de maço de coentro

02 colheres de extrato de tomate concentrado

MODO DE PREPARO:

Colocar em água fervente os camarões, deixar por 10 minutos. Em seguida retirar os camarões da água fervente e colocá-los em água fria e descascar.

Após limpar os camarões, colocá-los novamente na água com um pouco de sal, deixar ferver por uns 5 minutos. Esfriar e reservar. Colocar no liquidificador o tomate, a cebola, o pimentão, o coentro, vinagre e extrato de tomate. Em seguida, colocar o molho liquidificado numa panela, leve ao fogo, acrescentando o azeite, limão, deixe cozinhar por 10 minutos, sem reduzir o volume. Mexendo sempre. Coloque a metade da manteiga, os camarões, continue mexendo, acrescente o resto da manteiga, deixando ferver por minuto em fogo baixo.

RENDIMENTO: 2 porções

FONTE DE PESQUISA:

Secretaria Estadual de Infraestrutura - SEINFRA

Secretaria Estadual de Turismo - SETUR

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