Adolescentes em medida socioeducativa tem acesso a educação
- projetosemjornalis
- 12 de abr. de 2017
- 3 min de leitura
Um a cada quatro jovens das Unidade de Internações não possui histórico escolar

A Educação, em seu sentido mais amplo, pode ser conceituada como um processo de desenvolvimento do indivíduo ao prepará-lo para viver em sociedade. Alguns dicionários definem o ato de educar como um conjunto de normas pedagógicas tendentes ao crescimento do corpo e do espírito, diretamente ligado a cortesia e a polidez.
No Art. 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) os processos formativos - vida em família, convivência humana, nos movimentos sociais, organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais -, são pontos importantes para entender como a educação é formada.
Educação como caminho
A ausência de alunos nas escolas direciona os jovens para criminalidade. Meninos e meninas de 12 a 21 anos incompletos são acobertados pelo Estatuto da Criança e do Adolescentes (ECA). Estudos realizados pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) mostra que a falta de histórico escolar resulta no número de adolescentes que cometeram atos infracionais. Assistidos pela Escola Estadual Educador Paulo Jorge dos Santos Rodrigues, os jovens têm acesso ao ensino regular do Ensino Fundamental ao Ensino Médio.
De acordo o coordenador da Superintendência de Medida Socioeducativa (Sumese), Tiago Eric, é determinação do juizado da Infância e Juventude, que no cumprimento da medida, os jovens estejam recebePoesia transforma cotidiano de adolescentes em Unidade de Internação Masculinando aulas regulares. “As disciplinas são as mesmas de outros alunos da 1ª série até o terceiro ano fundamental. Eles fazem um teste para saber o nível e é matriculado em uma turma ou no Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA)” , disse.
Para o socioeducando F.L.S., de 17 anos, cujo, por ordem judicial, o nome não pode ser revelado, educação significa transformação. “Há um ano e três meses estou aqui. Consigo ver o quanto mudei. Tudo mudou de formato e as aulas me ajudaram muito”, relatou. Sem histórico escolar, foi matriculado na Escola Estadual Paulo Jorge dos Santos.

“Há um ano e três meses estou aqui. Consigo ver o quanto mudei. Tudo mudou de formato e as aulas me ajudaram muito”, relatou F.L.S.
O menor não foi o único que deixou de frequentar a escola regularmente. Segundo os dados da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), atualmente, 264 adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa estão matriculados na escola referência de Alagoas. Destes, cerca de 200 não possuem histórico escolar.

“Nos surpreende os adolescentes que chegam aqui regularmente matriculado. Às vezes até a mãe deles não sabem onde o filho estuda”, afirmou o coordenador da superintendência de medida socioeducativa Tiago Erick.
Português, matemática e história são algumas das disciplinas oferecidas nas aulas que acontecem dentro das Unidades de Internação Masculina (UIM) e Unidade de Internação Feminina (UIF). Além dessas, esporte e arte também preenche o tempo.
“A gente estava de férias e ficamos ‘presos’ nas salas. Agora as aulas voltaram e isso é bom porque ocupa nossa mente. Aqui temos educação e aprendemos cultura”, disse D.H.S.S durante a aula de arte.

Um olhar social
“Muitos nem se quer conhecem esse tipo de modalidade educacional, precisamos criar forma de incentivar a sociedade por meio de palestras e seminários de que a melhor forma de diminuir a criminalidade no Brasil é através da educação, que é essa educação que está além dos muros, que a sociedade não sabe, não vê, mas que faz parte dela”, explicou a professora Andrea Albuquerque.
É responsabilidade do estado, da sociedade civil, do ministério da educação e da justiça à implantação de políticas públicas nos estabelecimentos para atender os diferentes níveis de ensino, seja o interno provisório, condenado todos tem direito a educação.
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