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ONGS FAZEM A DIFERENÇA

  • Edilson Barbosa
  • 25 de set. de 2017
  • 8 min de leitura

Cada idoso tem a certeza de que sua história é única e tem valor.

Lar de 50 idosos carentes que não têm mais família ou um lugar para ir, o Abrigo Santo Antônio, em União dos Palmares, faz a diferença e dribla os efeitos da atual crise econômica, mantendo em dia a alimentação e os cuidados dos internos, que a cada dia se sentem importantes e motivados pela direção e funcionários da ONG.



Localizadas no interior de Alagoas na cidade de União dos Palmares, instituições filantrópicas fazem a diferença quando o assunto é amor ao próximo. Uma delas é a casa do Pobre Santo Antônio, fundada na cidade de União dos Palmares- AL em 02 de janeiro de 1954. A mesma foi idealizada pelo Padre Monsenhor Clóvis Duarte de Barros para oferecer moradia e alimentos a pessoas em situação de rua, ou seja, vulnerabilidade social, sua sede é fruto de doação feita pela Sociedade São Vicente de Paulo.

Essa instituição sem fins lucrativos é administrada pela mesma Sociedade que a ajudou na concretização deste reconhecido Projeto Social, que tem por finalidade, acolher idosos de ambos os sexos, oriundos de famílias carentes assistidas pelos vicentinos.


Para a presidente e consorcia da obra vicentina em união dos palmares, Maria Silvany Alves Calixto, os assistidos pela Casa do Pobre Santo Antônio convivem em um ambiente fraterno, que visa atender a necessidades morais, intelectuais, materiais, sociais e espirituais. “Proporcionamos uma vida digna, sempre voltada aos preceitos da ética, humanização, comprometimento, simplicidade, humildade e caridade: preceitos da espiritualidade vicentina”, explica.


COMO SOBREVIVE A INSTITUIÇÃO?


Essa ONG sobrevive através de doações mensais de empresários palmarinos, em especial, o Senhor Rodrigo Daniel da empresa Quaker, que doa R$ 1.000,00, da subvenção repassada pela Prefeitura Municipal de União dos Palmares no valor de R$ 2.000,00, das doações de Pessoas Físicas e, sobretudo, através de parte dos benefícios assistenciais dos abrigados (Benefícios repassados pelo INSS, na forma que estabelece a Lei Orgânica Nº 8.742, de 07 de Dezembro de 1993, que estabelece a assistência social para idosos carentes.


Esses recursos são utilizados para despesas com alimentação, remédios, fraldas geriátricas, material de higiene pessoal, material para limpeza do espaço físico, materiais para cama, mesa e banho, pagar despesas com energia elétrica, água, locomoção, funcionários e tributos sociais.

"Gastamos cerca de R$ 1.200,00 mensais com cada idoso, por isso, toda ajuda é bem-vinda, desde alimentos, roupas, sapatos, higiene pessoal”, afirma Natalia Oliveira Nascimento, 25, auxiliar de escritório.


MELHOR DO QUE PRESENTE É ESTAR PRESENTE!

Funcionários do abrigo se juntam e levam alegria e descontração aos idosos

A instituição conta com 22 profissionais, sendo: 1 Diretora administrativa, 1 auxiliar de escritório, 1 recepcionista, 2 técnico de enfermagem, 2 serviços gerais, 1 lavadeira, 2 cozinheiras, 2 auxiliar de cozinha, 10 cuidadores de idosos, 1 nutricionista, 2 assistentes sociais, 2 psicólogos e 2 auxiliar de serviços diversos.


“O maior ponto positivo é a relação da equipe de profissionais, pois, trabalham como muito amor e dedicação”, diz a faxineira Lucineia Oliveira, 36. A Casa, no período da manhã, oferece banho e café; na parte da tarde, almoço, troca de fralda e café da tarde; à noite, jantar e ceia; e, durante o dia, todas as medicações.


Os profissionais estabelecem uma rotina diária para que os idosos aprendam a se organizar e a se ocupar nos momentos de atividades que são todos os dias dás 10 ás 11:30h e dás 14 às 17:30h.


Para a diretora administrativa e assistente social, Ana Paula Moura, 37, a instituição é um elo essencial para a integração do acolhido com a família e quanto com a sociedade. “Sabemos a importância desse acolhimento afetivo, principalmente nessa fase da vida, onde as perdas físicas intelectuais e sociais são evidentes, ocasionando muitas vezes um sentimento de incapacidade e muitas vezes, abandono”, afirma.


INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA OS IDOSOS

Momento de palestra motivacional e prevenção à saúde

Atualmente o abrigo possui capacidade para abrigar 50 idosos onde dispõe de 05 quartos masculinos e 06 quartos femininos, 02 quartos para casal, 16 banheiros, 01 uma recepção, 01 sala de atendimento médico, 01 sala de vídeo, 1 escritório, 1 espaço para leitura, 1 cozinha, 1 dispensa, 1 refeitório, área livre para banhos de sol, jardim externo, 1 lavanderia, 2 rouparias, 1 sala da direção, 1 garagem, 1 almoxarifado, além de uma ampla capela.


Coordenando a instituição há dois anos, a diretora Ana Paula Moura destaca com satisfação as mudanças que favoreceram muito a qualidade de vida ali. A casa sofreu uma ampla reforma, sendo hoje um local aprazível. O conforto está no piso de granito, nos móveis de qualidade, no jardim bem cuidado, na piscina, na área para atividades físicas.


“A estrutura física da Casa do Pobre é adequada para atender os idosos. Nos últimos seis anos, passamos por diversas obras e adequações que hoje, nos faz uma das três melhores instituições do Nordeste”, revela.


Ana Paula nos informou que há a necessidade de outros profissionais para a instituição. “Precisamos de profissionais da área da saúde para atuarem de forma permanente, como: fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, enfermeiros, terapeuta ocupacional e de uma equipe técnica para desenvolver atividades recreativas e lúdicas”, ressalta.


RESGATANDO VIDAS

Já o Centro de Reabilitação e Recuperação Rosa Mística, é uma instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo propiciar a recuperação de indivíduos com dependência do álcool e outras drogas.


Situada na fazenda frios em União dos Palmares-AL á 80 km de Maceió, desde Outubro de 2010 a instituição realiza trabalhos de atenção às pessoas a partir de atividades multidisciplinares, bem como de metodologia terapêutica devidamente acompanhada por equipe técnico/profissional capacitada com a coordenação do Missionário José Leandro de Lima.


Diferente de muitas clínicas, em que a internação é geralmente forçada, a ONG Rosa Mística, acolhe jovens e adultos que são levados por familiares. “É necessário que o dependente tenha interesse em se recuperar. Ele não pode estar aqui forçado”, pontua José Leandro coordenador da Instituição.


A medicina atesta que um dos efeitos do álcool é deixar a pessoa mais suscetível ao uso de drogas ilícitas e que, geralmente, é na adolescência em que ocorre o primeiro contato com algum tipo de droga. “Isso porque é uma fase de descobertas e de formação. O jovem acaba sofrendo influências. Se ele não tiver firmeza nos princípios passados pela família, ele acaba se rendendo à curiosidade e tem conseqüências drásticas”, explica à psicóloga e voluntária Edvania Rocha.

SUPERAÇÃO DE VIDA

Com a autorização do coordenador José Leandro, pude conversar com um dos abrigados, que gentilmente bateu um papo comigo e expressou o sentimento de estar na casa.


No dialogo com J.M., (28), percebi o sentimento de arrependimento estampado no rosto. Com um olhar cabisbaixo e fala suave, o jovem expressou o desejo de mudança e a força de vontade na recuperação plena, foram esses fatores que o motivou a procurar tratamento.


“Perdi muito anos da minha vida para as drogas, perdi a confiança da minha família, amigos, oportunidades de emprego e principalmente a infância do meu filho. Mas, hoje estou aqui, para dar uma volta por cima, de sair daqui, com a cabeça erguida, renovado, para mostrar que é possível, ser uma nova pessoa quando a gente quer”, relatou.


A instituição por meio de suas ações garante o estabelecimento de um ambiente estimulador da mudança através da interação entre os membros. “A Fundação Rosa Mística é um lugar de acolhimento aos abandonados e aflitos. Abriga 20 homens, entre eles adolescentes, jovens e adultos dos 13 aos 44 anos de outras Cidades de Alagoas”, informou José Leandro.


AÇÕES QUE FAZEM A DIFERENÇA

Os trabalhos na fundação são desenvolvidos da seguinte forma: acordam às 6 horas, às 7h tomam café, fazem oração e às 8 horas fazem as tarefas, às 11h30 tomam banho para almoçar, retornam às 14h. Para as atividades e à noite assistem filmes, tocam violão, rezam e dormem ás 21h. O tratamento dura seis meses, após esse tempo, os acolhidos voltam aos seus lares ou tornam-se voluntários do projeto.


Local de manutenção dos móveis da Rosa Mística

A chácara possui uma infraestrutura para manter os internos, cuidar da saúde e se livrar da dependência química. A ONG conta com quatro funcionários que recebem a ajuda dos dependentes para manutenção da chácara, eles executam funções na horta, no jardim, na limpeza das casas e capelas, piscina e do lago.


ACOLHENDO VIDAS COM AMOR!

Organização Mirim: programa de apoio a crianças e adolescentes

Ao passar pela Rua Coronel Bezerra Montenegro, centro de União dos Palmares, nos deparamos com a Organização Mirim, outra ONG que cuida de meninos e meninas desde a década de 70. A entidade foi fundada por Dr. Jairo Maia Fernandes, Juiz da comarca da cidade no dia 18 de maio de 1970.


Na época a casa que tinha na equipe o Padre Donald Robert Macgillivray (in memoriam), era alugada e simples, nada comparado como hoje, onde ao visitarmos, encontramos até comércio na instituição.


Com a transferência de Dr. Jairo Maia para outra cidade a entidade ficou na responsabilidade do pároco Donald e ele chamou outras pessoas para contribuírem com a obra, entre essas pessoas as senhoras: Edite Bezerra Duarte, Gleide Carnaúba, Rosiete Vieira Acioli e o funcionário do Banco do Brasil Albenio que ficou como Presidente da entidade.


Em 1996, Rosiete Vieira Acioli inaugura uma nova sede com a capacidade de atender 200 crianças e adolescentes e permanece a estrutura até os dias de hoje. No local podemos encontrar: serigrafia, confecção, sorveteria, quadra de esporte e etc.


Funcionários da prefeitura e voluntários realizam experiências lúdicas e culturais


Hoje, todos os serviços oferecidos na Organização Mirim são em parcerias com alguns profissionais e com a Prefeitura de União dos Palmares, onde funcionários são cedidos para a instituição. Yala Medeiros da Silva trabalha na confecção há 8 anos, a confecção é do próprio abrigo que faz diversos serviços para a sociedade palmarina.

"ME SINTO EM CASA, É MINHA SEGUNDA FAMÍLIA”


Yala trabalha das 08 ás 12:00 e das 14:00 ás 18:00 hrs junto com ela trabalha Maria Cícera. Quando perguntamos se ela gostava de trabalhar na Instituição, a mesma respondeu com muita alegria e entusiasmo. "Me sinto em casa, é minha segunda família, gosto muito daqui”, expressou Maria com um sorriso estampado do rosto. Posso afirmar que esse sentimento é verdadeiro já que em conversa com os funcionários da casa, notei a firmeza na fala, a emoção e alegria no rosto de cada um.


Ação socioeducativa que encoraja as crianças a serem futuros profissionais

É o caso de Diana Araújo de Sena que já trabalha no local há 10 anos como voluntária, Diana ao descrever seu trabalho disse que tem que prestar atenção nas crianças e ter responsabilidade, nesses 10 anos na casa já viu passar muita gente e assistidos.

Hoje a Mirim cuida de 8 crianças no sistema abrigo (Que mora e dorme), 34 semi-abrigo (Passar o dia e a noite vai para casa) e 30 é regime de creche em parceria com a Escola Maria Leal Feitosa (Chegam as 07h. e saem as 17:00h).


Atividade que ajuda no Inter-relacionamento pessoal e na qualidade de vida.

Natural de Maceió o serigrafista Josué da Silva veio morar na Organização Mirim aos 7 anos e hoje aos 29, presta serviços na instituição. “Aprendi minha profissão através dos professores Durval Caetano e Erasmo Bezerra e tenho muito orgulho de ensinar a serigrafia às crianças e adolescentes aqui do abrigo”.

REDESCOBRINDO VALORES

A professora Luciene de Sousa Albuquerque está na Organização Mirim há 8 anos. É ela quem dá aula de reforço aos meninos a partir de 13h.na escola do abrigo, como são várias crianças em séries diferentes ela vai dividindo a classe e depois vai orientando nos trabalhos que os mesmos trazem das escolas.


O marido de Luciene, Ednaldo da Silva Albuquerque foi criado na instituição e lembra com saudades dos antigos amigos que já passaram por lá, ele falou que antigamente tinha mais crianças. Alguns dos antigos assistidos moram hoje em União e muitos estão espalhados pelo Brasil afora.

Há 17 anos na Mirim, Maria Helena Tenório de Albuquerque nos contou que já prestou vários serviços no lugar como, lavadeira, arrumadeira de casa, cozinheira e hoje toma conta da rouparia das crianças. “Sempre recebo visitas dos antigos meninos que hoje estão casados e com suas famílias”, disse Maria Helena.



A ONG conta com um espaço para os grupos culturais fazerem seus ensaios e apresentações. Denominado Espaço Sócio Cultural Acotirene, o lugar é coordenado pela professora Nina Cardoso e a funcionária Juliana Silva Vieira.

Tags: ONG, Organização Mirim, abrigo, solidariedade, adoção, Crianças


 
 
 

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